terça-feira, setembro 30, 2014
sábado, setembro 27, 2014
segunda-feira, setembro 22, 2014
A CEIA
A CEIA
Estavam à mesa comendo e bebendo, mas somente um sabia que nunca mais isso haveria de se repetir.
Estava no meio dos que o amavam, mas apenas um amava mais ao dinheiro. Vendendo barato o que não tinha preço.
Em silêncio olhava para cada um deles, os da direita e os da esquerda, e amava a cada um, Conhecia-os o íntimo, sabia a fraqueza de cada um, seus receios e suas habilidades e o que estava em cada coração.
Era um homem que tinha vindo de longe, poucos o conheciam intimamente, de alguns fizera amigos, e caminhavam juntos havia já três anos, tentava ensinar-lhes tudo que podia. Muitos outros agora O seguiam, mas Ele sabia que era só por interesse, uma multidão carente e perdida, talvez alguns deles ainda conseguissem um dia perceber quem Ele era na realidade.
Era um povo faminto de alimento, de palavras, de ensinamentos. Ele tinha muita pena daquela multidão! Aquela mesma multidão que Ele um dia alimentara , com pães, peixes e palavras, aquela mesma multidão que Ele muitas vezes curou, era a mesma multidão que pediria o seu fim.
Ingratos?? Não. Coitados!! Não sabem o que fazem...
Mas nesse momento, apenas os amigos, os íntimos.Então silenciosamente encheu doze taças, e deu de beber teu próprio sangue. O sangue de um sacrifício ainda por cumprir,
enquanto contemplava a felicidade breve dos que o cercavam.
Como o pastor debruçado sobre o seu rebanho ao pressentir a aproximação da tempestade, uma sombra atravessava seu olhar, e angustiava seu coração.
Um manto branco cobria sua cabeça, apesar de ser rei, nada
reclamava para si, bastava-lhe saber que era escutado, e que teus ensinamentos estavam caindo em solo fértil e floresceria.
Ocupava o centro da mesa. De pé, com os braços estendidos para a frente, lentamente repartiu o pão, como quem despedaça o próprio corpo, como quem vira a última página de um livro que nunca mais voltará a ser fechado...
domingo, setembro 14, 2014
CADEIRA VAZIA
Todos os dias, ao meio-dia, um pobre velho entrava na igreja e poucos minutos depois saia.
Um dia o pastor lhe perguntou o que fazia, pois havia objetos de valor na igreja.
- Venho orar, respondeu o velho.
- Mas é estranho, disse o pastor, que você consiga orar tão depressa!
- Bem, retrucou o velho, eu não sei recitar aquelas orações compridas, mas todos os dias, ao meio-dia, eu entro na igreja e só falo; OI JESUS, EU SOU O ZÉ, VIM TE VISITAR! Num minuto já estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que Ele me ouve.
Alguns dias depois, o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital e na enfermaria, passou a exercer uma influência sobre todos. Os doentes mais tristes se tornaram alegres, muitas risadas passaram a ser ouvidas.
- Zé, disse-lhe a irmã, os outros doentes dizem que você está sempre tão alegre.
- É irmã, estou sempre alegre, é por causa da visita que recebo todos os dias, me faz feliz!
A irmã ficou atônica. Já havia notado a cadeira vazia encostada na cama do Zé. O Zé era um velho solitário, sem ninguém.
- Que visita? Que hora?
- Todos os dias, (respondeu o Zé com um brilho nos olhos), todos os dias, Ele vem sentar ao lado da cama, quando olho para Ele, Ele sorri e diz;
- OI ZÉ, EU SOU JESUS, VIM TE VISITAR!
*AUTOR DESCONHECIDO
sexta-feira, setembro 12, 2014
PALAVRAS APENAS
Palavras são verbos em movimento
Escritas ou faladas
Elas são como o vento
Barulhentas ou caladas
Traduzem nosso sentimento
Para isso foram criadas
Elas podem nossos sonhos matar
Mas também os podem despertar
E são apenas palavras
São palavras apenas..
Nara Carvalho
segunda-feira, setembro 08, 2014
sexta-feira, setembro 05, 2014
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