Às vezes olho para eles e penso como seria a minha vida se não tivessem nascido, se eu nunca tivesse sido mãe...
Lembro-me de quando eu tinha saudades de ter tempo para mim, para dormir o quanto quisesse, e quando quisesse sair era só me arrumar e ir apenas.
Claro, depois sentia remorsos de pensar naquilo, como se estivesse negando os meus filhos, como se não fosse natural ou normal. Sentia-me mal por ser humana, com hábitos de saudosismo.
Descobri muito rapidamente que ser mãe é padecer entre contradições: Descobri coisas absurdas, idiotas e ainda mais absurdas como sentir que eles cresciam e por não guardar tudo em filme ou foto parecia que perderia parte da vidinha deles, como se cada sorriso ou cada olhar não ficasse gravado em minha mente.
E nos dias em que faltava-me paciência então me tornava uma péssima mãe, ou quando precisava dar-lhe uns tapinhas no traseiro e depois sentia-me logo uma bruxa má porque eles eram tão pequeninos que nem tinham bumbum para uma palmada. Ou quando brigava e chamava atenção e eles não percebiam nada e abriam um sorriso pra mim...
Às vezes sentia-me tão desesperada vendo a minha vida passar enquanto cuidava de fraudas e mamadeiras e parecia que perdia tudo o que acontecia lá fora... e as amigas que iam com os namorados ao cinema e às festas. A vida era feita de consultas aos pediatras, entre as vacinas e choros de madrugada! E amanhecer o dia em claro porque eles choraram a noite toda e mesmo assim ter que encarar um dia inteiro de trabalho... E ainda assim ficar louca pra voltar pra casa ao final do dia só pra tê-los nos braços novamente, e acordar de noite pra ver se estavam respirando, e só assim conseguir dormir.
Ansiava em ter momentos só pra cuidar de mim, longe deles mas quando estava, não parava de pensar se estavam bem ou se sentiriam a minha falta, e lamentava os sorrisos que davam sem que eu visse!! Eu tinha ciúmes de quem quer que seja que se aproximasse deles e se eles sorrissem então...Aquele sorriso era meu e só meu.
Às vezes sentia-me tão desesperada vendo a minha vida passar enquanto cuidava de fraudas e mamadeiras e parecia que perdia tudo o que acontecia lá fora... e as amigas que iam com os namorados ao cinema e às festas. A vida era feita de consultas aos pediatras, entre as vacinas e choros de madrugada! E amanhecer o dia em claro porque eles choraram a noite toda e mesmo assim ter que encarar um dia inteiro de trabalho... E ainda assim ficar louca pra voltar pra casa ao final do dia só pra tê-los nos braços novamente, e acordar de noite pra ver se estavam respirando, e só assim conseguir dormir.
Ansiava em ter momentos só pra cuidar de mim, longe deles mas quando estava, não parava de pensar se estavam bem ou se sentiriam a minha falta, e lamentava os sorrisos que davam sem que eu visse!! Eu tinha ciúmes de quem quer que seja que se aproximasse deles e se eles sorrissem então...Aquele sorriso era meu e só meu.
Era uma luta contra mim mesma todos os dias porque eles precisavam crescer e voar para além dos meus braços.... E hoje me sinto orgulhosa ao vê-los tão grandes, espertos e independentes... Embora tenha saudade de quando dependiam pra tudo!!
Às vezes penso: será que todas as mães são assim loucas e obcecadas?
Eu sei que não estou só nestes sentimentos, que qualquer Mãe sente isto tudo e isso não me faz sentir melhor...pelo contrário, não gosto de me ver nas palavras de outras mães quando conto algo e me dizem “ah, o meu filho também faz assim ... Amo quando dizem “uau, os teus filhos são uns amores e você já não tem mais criança...
Contradições de uma mãe...
NARA CARVALHO